quarta-feira, janeiro 18, 2006

Faria hoje 83 anos...


Eugénio de Andrade! Poeta que nasceu para nos dar, e ao mundo, a sua visão única feita de luz e calor, das pessoas e das suas emoções, dos lugares e dos seus segredos ciciados. Poeta tão grande que não se esquece este seu primeiro aniversário ausente. As palavras, essas, ficaram para sempre e são a memória.

Três ou quatro sílabas

Neste país
onde se morre de coração inacabado
deixarei apenas três ou quatro sílabas
de cal viva junto à água
É só o que me resta
e o bosque inocente do teu peito
meu tresloucado e doce e frágil
pássaro das areias apagadas
Que estranho ofício o meu
procurar rente ao chão
uma folha entre a poeira e o sono
húmida ainda do primeiro sol
Leiam-no, leiam-no!
Aprender, aprender sempre!

1 comentário:

oasis dossonhos disse...

que bela homenagem! Bem Haja! Durante vários anos neste dia enviava um postalinho ao Eugénio, com um poema. Bem Haja por este momento tão bonito!
Abraço
Luís