quarta-feira, outubro 26, 2005

Jornalismo de Verdade

Hoje três jornalistas foram premiadas pela sua coragem em dizer a verdade! O prémio é dado anualmente pela International Women’s Media Foundation e o texto vai abaixo retirado do jornal "Público".

A International Women’s Media Foundation entregou ontem o prémio internacional de Coragem no Jornalismo a três mulheres que demonstraram uma "força de carácter extraordinária e grande integridade ao trabalharem como jornalistas sob circunstâncias perigosas".

As vencedoras foram Anja Niedringhaus, uma alemã que trabalhou como fotógrafa de guerra para a Associated Press; Sumi Khan, jornalista da área do crime de Bangladesh, que foi espancada e esfaqueada; e Shahla Sherkat, fundadora de uma revista iraniana, constantemente ameaçada pelo Governo.

Niedringhaus, de 40 anos, fez a cobertura dos conflitos mais importantes a nível mundial, desde os Balcãs, nos anos 90, à guerra no Iraque. Em 1998, enquanto trabalhava no Kosovo, o carro em que viajava explodiu. Noutra ocasião, esteve entre o grupo de jornalistas que foi bombardeado por engano pelas forças da NATO na fronteira entre a Albânia e o Kosovo. Ganhou o prémio Pulitzer pelas fotografias que tirou no Iraque. "O meu trabalho é apenas divulgar a coragem das pessoas, com a minha máquina fotográfica mas também com o meu coração" afirmou durante a cerimónia.

Khan, 35 anos, é a única jornalista de crime em Bangladesh. Em Abril de 2004, recebeu ameaças relativas a um artigo que tinha escrito sobre a ligação de políticos e figuras religiosas a ataques contra grupos minoritários. Sofreu então uma tentativa de rapto, durante a qual foi espancada e esfaqueada com tal violência que ficou impedida de trabalhar por três meses. Recolhendo fortes aplausos da plateia, afirmou durante a cerimónia: "A minha caneta é mais poderosa que as armas deles, viva o jornalismo corajoso!"

Sherkat é jornalista há 24 anos e dirige uma revista mensal intitulada "Zanan" (Mulher), no Irão. A revista aborda assuntos polémicos no país relacionados com as mulheres, nomeadamente as leis do divórcio, prostituição, sida, violência doméstica, assim como casos pessoais de mulheres que sofreram abusos de qualquer espécie. Em Janeiro de 2001, o tribunal de Teerão acusou Sherkat de actividades anti-islâmicas e a jornalista foi condenada a pagar o equivalente a dois meses de salário.

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